Av. Constantino Nery, 2789Edifício Empire Center, 5° andar, sala 504
Chapada - Manaus/AM
  • (92) 3015-1387
  • (92) 99340-2114
  • (92) 99151-0149

Mais que uma Parceria

um Compromisso com o Sucesso do seu Negócio

Nova correção do FGTS deve minimizar perdas do trabalhador

Mudança que iguala ganhos do fundo aos da caderneta de poupança foi aprovada pela Câmara dos Deputados na terça-feira

A mudança na correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovada na última terça-feira pela Câmara dos Deputados vai reduzir as perdas do trabalhador, mas não é a melhor solução encontrada para o assunto. Hoje, o fundo é corrigido em 3% ao ano mais TR (taxa referencial). A partir de 2016, a correção vai subir ano a ano até se igualar à da caderneta de poupança. No entanto, o texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. 

Para o professor do curso de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Alexandre Alves Porsse, a medida é justa do ponto de vista do trabalhador. "A correção abaixo da inflação estava levando a uma redução real do saldo do FGTS", disse. Ele afirmou que a correção atual de 3% ao ano é muito desigual e, agora, o governo deve dar reajustes um pouco mais adequados. No entanto, ele lembrou que como a inflação está alta (na casa de 10% ao ano), as novas regras não vão repor integralmente a inflação. Porsse disse que o correto seria a reposição, no mínimo, pela inflação. 

A partir de 2016, o rendimento anual, além da TR, sobe para 4%, vai para 4,75% em 2017 e 5,5% em 2018. A partir de 2019, será aplicada a regra da poupança, ou seja, 6,17% ou 70% da taxa básica de juros (Selic), quando esta for igual ou menor a 8,5%, mais TR ao ano. Vale lembrar que os novos percentuais só se aplicam aos depósitos feitos a partir de 2016, que serão colocados em uma conta separada. O estoque acumulado até dezembro de 2015 continua com a correção atual. 

Porsse lembrou ainda que o governo utiliza o FGTS para os financiamentos habitacionais. Ficou definido ainda o uso fixo de 60% do lucro anual do FGTS para dar descontos aos mutuários das faixas 2 e 3 do Programa Minha Casa Minha Vida. Ele explicou que a diferença entre os 3% de correção do FGTS e a média de 10% dos juros cobrados nos financiamentos de imóveis, agora ficará menor. "O FGTS era uma fonte fácil de recursos para o governo já que o trabalhador tem hoje muitas restrições para usar o saldo do fundo", lembrou. 

Hoje, o FGTS pode ser utilizado em situações como demissão sem justa causa, aposentadoria, aquisição de imóvel, doenças como aids e câncer e amortização de saldo devedor de financiamento imobiliário. 

Agora, ele prevê que os ganhos do governo vão diminuir com a nova correção do FGTS, mas os efeitos maiores devem ficar para os governos posteriores ao presidente Dilma Rousseff, já que a medida estará totalmente implantada só a partir de 2019. 

Porsse disse que, se a inflação voltar para o centro da meta do Banco Central de 4,5% ao ano e a poupança ficar em 6% ao ano, o trabalhador teria ganho real no FGTS. Mas, isso está sujeito a toda a conjuntura da economia e suas oscilações. 

As centrais sindicais aprovaram a medida, mas acreditam que ainda não é suficiente. A presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), Regina Cruz, disse que a correção pela poupança já é um pequeno avanço, mas que o índice utilizado poderia ser melhor. Segundo ela, o assunto está em discussão na CUT nacional que deve se posicionar posteriormente sobre o tema. 

O presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza, disse que "tudo que vem para aumentar o ganho do cidadão é bom, mas que a correção poderia ser melhor". Ele informou que a entidade deve ter avaliações mais técnicas a respeito do tema até o final dessa semana.